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Voltar Perito desenvolve dispositivo para monitoramento de emissão de poluentes em veículos


07 de Junho de 2022 às 15:47
O estudo foi publicado na revista científica internacional Sustainability (MDPI) em colaboração com os pesquisadores do PR e MG
Tita Mara Teixeira | Politec-MT


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Um artigo científico, elaborado pelo perito oficial criminal da Politec José Roberto Stefanelli Junior e colaboradores, apresenta um novo método de análise para as operações de monitoramento de emissão de poluentes por veículos automotores a Diesel.

O estudo foi publicado na revista científica internacional Sustainability (MDPI) em colaboração com os pesquisadores João Flávio da Silveira Petruci da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Rodrigo Sequinel da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo o perito, o artigo traz detalhes do desenvolvimento de um dispositivo portátil que poderá ser empregado na determinação da qualidade do ARLA 32, auxiliando as equipes de fiscalização de trânsito e as perícias oficiais criminais.

O ARLA 32 é a abreviação para Agente Redutor Líquido do NOx Automotivo, uma solução que visa reduzir de modo bastante efetivo a emissão de poluentes da queima do combustível. O reagente é utilizado no controle da emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) emitidos pelos escapamentos dos veículos a diesel equipados com os sistemas de Redução Catalítica Seletiva (SCR – Selective Catatytic Reducion).

O produto foi introduzido no mercado brasileiro com base na Instrução Normativa (IN) nº 23 de 11 de julho de 2009 do Ibama. Essa legislação especifica as características físico-químicas do Arla 32, define algumas propriedades físicas e estabelece os limites máximos permitidos para alguns cátions e substâncias solubilizadas.

Com o objetivo de reduzir custos, empresas e caminhoneiros burlam o sistema de várias formas, sendo as principais adulterações a diluição com água comum ou mesmo a produção de forma artesanal empregando ureia agrícola e água comum (rica em cálcio e magnésio). Isso reflete na pouca efetividade ou mesmo até no completo envenenamento do catalisador que deixa de funcionar.

No artigo publicado, os autores propuseram pela primeira vez, um dispositivo microfluídico em papel, descartável e de baixo custo, para uso direto em medidas de campo, analisando simultaneamente o teor de ureia e a dureza da água presentes no ARLA 32 através de reações colorimétricas. O dispositivo utiliza apenas um pequeno volume de amostra, não gera resíduos tóxicos e contribui para o campo da química analítica verde.

Segundo o perito, o dispositivo irá funcionar da seguinte forma: ao ser gotejado no dispositivo, este irá informar se a ureia e a água presentes no agente redutor estão dentro dos parâmetros aceitáveis, possibilitando o controle de qualidade do ARLA presente nos veículos de carga. O projeto está em fase inicial, e ainda requer experimentos para que seja aperfeiçoado, e implementado.